terça-feira, 17 de maio de 2016

Critica As Memórias de Marnie

Jussara Brito - 27 anos - administradora.

O filme ‘As Memórias de Marnie’ é uma animação japonesa de 2014 do diretor japonês Hiromasa Yonebayashi que conta a história de Anna, uma menina solitária e apática que não tem amigos nem se relaciona com outras  pessoas. Anna é filha de pais adotivos e também tem uma relação fria e distante com eles. Mas um dia ela conhece Marnie, uma menina que muda totalmente o rumo de sua história.
Anna conhece Marnie quando foge de algumas pessoas que falavam com ela, pega um barco e chega até uma casa. As duas ficam amigas e passam muito tempo juntas mas de uma forma que vai além da amizade. Ambas parecem por algum motivo fugirem do mundo real em que vivem.
 Um mundo real onde Anna tenta fugir de um passado de rejeição por parte de seus verdadeiros pais, convivendo também com o fato de que seus pais adotivos recebem dinheiro para cuidar dela. Marnie tenta fugir de uma realidade de abuso e maus tratos de suas babas, e também de indiferença de seus pais.
Por mais que a história de amor e companheirismo entre as duas meninas seja tocante, o diretor dá muita atenção a um ambiente externo pouco relevante para o tema central  da história, ou  seja, ele foca pouco  no que realmente importa. Isso acaba deixando o filme cansativo. Em alguns momentos falta criatividade no diretor, pois ele cria histórias paralela que pouco influenciam as duas meninas.

Critica Princesa Mononoke

Maria Eugania Mendrone -26 anos - Cursa Radio e TV 

A Princesa Mononoke conta a história do amor impossível de San e Ashitaka em sua batalha pela preservação da natureza contra as ações destrutivas do ser humano.
O filme começa com Ashitaka, um jovem príncipe da vila de Emishi, que se vê em luta contra Nago, o deus-javali, cujo corpo fora possuído pelo deus da Maldição, um demônio, que tinha a intenção de destruir a vila. Ashitaka consegue matar o oponente, mas sofre uma maldição: seu braço direito ganha força sobre-humana, ativada pelo sentimento de ódio. Isso pode transformá-lo num demônio, que aos poucos vai consumir sua vida.
Aconselhado pela sábia e pelos anciões da vila, Ashitaka parte em busca da cura de sua maldição. A viagem o leva à Cidade de Ferro, governada por Lady Eboshi, uma mulher que explora intensamente os recursos naturais, detendo o monopólio do minério de ferro. Instigada pelo monge Jiko, enviado do imperador, Lady Eboshi tenta matar Notívago, o Espírito da Floresta, cortando-lhe a cabeça. (O imperador acredita que quem beber o sangue desse espírito terá vida eterna.) Com a morte de Notívago, Lady Eboshi pretende a conquista total da floresta sagrada.
Logo após chegar à cidade, Ashitaka conhece San, a Princesa Mononoke, que, quando criança, fora adotada pela deusa Moro, uma loba gigante. Ashitaka e San apaixonam-se e juntos querem defender e preservar a natureza, proteger os animais e os espíritos que lá habitam.
A Princesa Mononoke é um filme que trata da eterna disputa entre o bem e o mal, no caso, a ação do ser humano de explorar os recursos naturais da floresta de forma gananciosa, prejudicando o ambiente. Mas não há bons ou maus, vencedores ou perdedores nessa história, apenas a luta pela sobrevivência.
Apresentam-se três pontos de vista diferentes: o primeiro deles é o de Ashitaka, que quer fazer o bem, não permitindo que a natureza seja devastada, mas sente ódio pela destruição que o ser humano provoca no ambiente, por lucro e poder. Ocorre que, para evitar que sua maldição se alastre pelo corpo transformando-o num demônio, ele não pode demonstrar esse ódio, ou seja, ele é um herói em constante conflito.
O segundo ponto de vista é o de Lady Eboshi, que, apesar de ser ambiciosa ao querer conquistar a floresta para usufruir de seus recursos, revela um lado afetuoso: cuida de ex-prostitutas, carabineiros e leprosos, dando-lhes abrigo e trabalho[P1] , e estes passam a idolatrá-la como deusa. Ainda assim tenta matar o Espírito da Floresta, como um favor ao imperador (e, claro, em benefício próprio). Ela não é uma vilã, no sentido de maldade, mas uma oponente da natureza, pois somente os animais a veem como inimiga.
O terceiro ponto de vista é o de San, que não se considera humana e escolhe lutar ao lado dos animais que a criaram desde pequena, não perdoando a atitude dos seres humanos. Caracteriza-se então a personagem da heroína forte e valente.
O conflito entre homens e natureza é frequente no filme, mas também se evidencia a tentativa de proteção dos espíritos da floresta, ou seja, a reação da energia vital do planeta ante a destruição causada pela ação humana. A história se passa na era feudal japonesa, cuja cultura se fundamenta principalmente na mitologia e em lendas dos folclores regionais, nas quais ocorre obrigatoriamente a presença de Deus em formas animalescas, demônios, espíritos e entidades fantasmagóricas.
O que mais desperta a atenção é a simbologia:
- os demônios são o resultado da interferência destrutiva do homem na natureza, o sentimento de ódio transmitido por eles é uma metáfora para um mal, uma doença que se instala no corpo do hospedeiro corrompendo-o, consumindo-o aos poucos e, por fim, matando-o.
- os pequenos kodamas são espíritos puros, que, junto como os deuses animais, tentam proteger e preservar a floresta.
- os macacos de pelo negro e olhos vermelhos reivindicam direitos e protestam contra a destruição e a morte, mas nada fazem para melhorar a situação, não buscam amenizar os conflitos, mas promovem a discórdia, pois acreditam que todos são intrusos em seu território e ainda culpam San por não pertencer ao mundo deles. Os macacos representam uma metáfora da atitude comodista dos seres humanos.
- Notívago, o Grande Espírito, é um Deus que se transforma todo dia e toda noite – ele dá a vida e também a tira. O espírito não toma partido na disputa, apenas protege o equilíbrio entre a vida e a morte, mas o que se aponta claramente é que o espírito pode ser corrompido pela ação do homem. Ao ter cortada a cabeça, Notívago se transforma em um Shinigami (Deus da Morte), que, na busca da cabeça decepada, infecta a floresta com o mal, matando-a. (Podemos correlacionar essa situação com o exemplo do princípio de Gaia, que diz que o planeta Terra é um ser vivo, capaz de se sustentar, mas a interferência direta e constante resulta em severas mudanças em seu ambiente.)
A determinação de San e Ashitaka de devolver a cabeça a Notívago faz com que este reviva; assim, aos poucos a floresta se purifica e a natureza se restaura, mostrando que a vida sempre encontra uma forma de se renovar, na presença de um ato real de bondade e amor, sem se levar por cobiça e ganância, mas escolhendo fazer o bem.
Em meio à luta para recuperar a cabeça do Grande Espírito, Ashitaka salva a vida de San. Esse ato de amor, porém, tem um preço: ele carregará para sempre um resquício da maldição em seu corpo. Os dois seguem caminhos diferentes, pois, apesar de se amarem, cada qual tem um destino a cumprir: San deve defender a floresta e Ashitaka deve retornar a sua aldeia para ajudar na reconstrução.
O filme revela excelente fotografia, com traços sutilmente marcados, mas com cores fortes; é perceptível o uso de tonalidades quentes e cores vívidas em cenas de ambientes claros, e foscas em cenas de ambientes escuros. A música contextualiza os sentimentos e a circunstância de cada cena; é possível perceber também que boa parte do filme se concentra em apresentar paisagens do Japão. Músicas e paisagens se fundem com harmonia, fazendo com que o expectador possa imaginar-se em um ambiente sereno. Apesar de o filme contar com muitas cenas de batalha, o teor de violência é moderado, em se tratando de uma animação infantojuvenil.
Além de receber indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, A Princesa Mononoke é o primeiro filme de animação a ganhar o Prêmio da Academia do Japão como Melhor Filme. No contexto narrativo da luta entre a natureza e humanidade a premiação é plenamente justificável, pois o tema desperta o interesse de todos e deve ser melhor discutido e abordado pelo público em geral.

Critica Serviços de Entrega da Kiki

Larissa Corneta - 23 anos - Cineasta

É o coração que me faz pintar, faz sua amiga cozinhar. Precisa encontrar a sua inspiração Kiki” é o que diz Ursula para a protagonista, resumindo a mensagem passada pelo filme ‘O serviço de entregas da Kiki’ (Majo no Takkyubin, em japonês) do consagrado diretor Hayao Miyazaki. O filme lançado em 1989 foi baseado no mangá de mesmo nome de Eiko kadono e ganhou o premio Animage Anime Grand Prix do mesmo ano.

Apesar de falar sobre uma bruxa, em um ambiente em que a magia é comum, a historia foca nos problemas cotidianos que as pessoas costumam enfrentar. Com o bum humor tradicional dos filmes do Studio Ghibli a crônica mostra as aventuras de Kiki, que tem apenas trezes anos e deixa a casa de seus pais para completar seu treinamento como bruxa.

Com ajuda do seu companheiro Jiji, um gato preto, a jovem precisa encontrar uma nova cidade para viver e auxiliar as pessoas. Ironicamente, é mais comum ver a garota resolver seus trabalhos sem usar sua magia. Durante essa grande mudança em sua vida, a garota precisa encontrar soluções para problemas como adaptação a um novo lar, autoconhecimento e a superação da insegurança que nos atinge quando nos deparamos com as grandes escolhas da vida.

Com uma trilha sonora cativante e descontraida, composta por Joe Hisaishi, O serviço de entregas da Kiki, aborda conceitos como bloqueio criativo e autocritica de forma bem estruturada e suave criando vinculo com os espectadores. E é por isso que apesar de ser voltado para o público infantil, acaba sendo apreciado por pessoas de todas as idades.

Critica Tumulo dos Vagalumes

Natascha Winter, 21 Anos, Cineasta.

O Tumulo dos Vagalumes, de 1988, foi a razão para que eu parasse de ver filme às escuras, sem sinopse, sem trailer e sem nenhuma dica do que se tratava o filme, que não o próprio nome. E com isso o filme foi capaz de me surpreender de todas as maneiras. Dirigido por Isao Takahata a animação é inspirada no livro de semi autobiografia de Akiyuki Nosaka. A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e conta sobre dois irmãos que perderam a mãe em um ataque aéreo e o pai, marinheiro, com o paradeiro desconhecido. Seita precisa cuidar de sua irmã mais nova, Setsuko e sobreviver à pobreza de um país em guerra.
O fato de que Hollywood adora fazer filmes de guerra não é nenhuma novidade. Mas é um assunto pouco abordado quando estamos falando de animação, mesmo que não seja meu estilo favorito de filmes, este em especial me tocou. Não apenas por abordar a guerra com outros olhos, sem aqueles grandes tiroteios, heróis de uma nação ou com discussões políticas. Ele mostra o lado de um povo inocente que não escolheu estar ali, eles sofrem as consequências da falta de comida, água potável, seus lares sendo destruídos por bombas e seu constante medo de nunca mais ver seus parentes.
São pelas imagens pesadas e apelo sentimental de um homem que passou por isso (Akiyuki Nosaka) e escreveu sobre isso que a animação é tão conhecida. Sendo como a animação mais triste, ou como melhor animação de guerra, não é um filme fácil de assistir. E mesmo depois que o filme acabou eu decidi nunca mais citá-lo ou ousar assisti-lo de novo, mas eu o fiz. Após absorvê-lo e aceitar suas cenas fortes eu entendi que todo mundo deve passar por O Tumulo dos Vagalumes. É um filme que definitivamente vai marcar sua vida, fará você ver a guerra por outro ângulo, entender como a população é afetada e como o ser humano pode ser egoísta em certas situações.

Esse filme sem dúvidas te fará sentir raiva, angustia, tristeza e além de tudo, será capaz de te fazer sorrir em meio a tantos acontecimentos.

Critica Castelo no Céu

Larissa Corneta - 23 anos - Cineasta

Laputa: Castelo no céu, ( Tenku no Shiro Rapyuta – 1986) é mais uma das obras de Hayou Miyazaki . Esta aventura conta a história  de Sheena uma menina misteriosa que cai do céu nos braços de Pazu. Pazu é um menino forte, trabalhador e protetor por natureza, quando descobre sua nova amiga corre perigo, pois está sendo perseguida por piratas e pelo exercito, que estão atrás de sua pedra magica chamada levistones passa a protegê-la.  
Neste filme Hayou explorou bem a tecnologia, desde as grandes engenharias no inicio das maquinas com a exploração de minas, como a grande tecnologia que se encontra em Laputa, que é gerada pela energia da pedra. E principalmente os aviões que estão por todas as partes atrás da ilha magica.
O filme é uma aventura cheia de comédia e emoção que nos mostra o poder de uma amizade e de amor juvenil, porém mostra também a ganancia do homem que capaz de fazer tudo pelo poder como destruir uma terra magica e habitada por lindos animais, ameaçar crianças, trair seus companheiros e até chamar pessoas de lixo em quantos estão morrendo.

Uma animação que mostra a verdade do ser humano através de uma bela história de dois jovens que se apaixonam e são capazes de fazer tudo pelo outro. Uma história que faz você refletir até onde vai a ganancia  e o egoísmo do homem.

Critica Castelo Animado

Larissa Corneta – 23 anos - Cineasta

O castelo animado (Hauru no ugoku shiro – Japão, 2004 ) é um dos grandes sucessos do diretor Hayao Miyazaki, uma animação fantástica e repleta de magia.
Sophie é uma jovem que trabalha na chapelaria da família e é muito focada em seu serviço. Devido sua baixa estima se fecha para o mundo, para as amigas e para a família. Até o dia em que conhece o mago Howl e sua vida muda. Por ciúmes do interesse que Sophie passa a ter pelo mago a bruxa das terras abandonadas lança um feitiço nela à deixando velha. Assustada ela foge de casa até que chega ao castelo animado, um castelo andarilho movido por Calcífer um fogo que é a energia do castelo e também de Howl. Quando Sophie passa a viver com o mago descobre que ele não passa de um egoísta covarde.
E assim começa a magia onde eles, através da guerra que está acontecendo, tem que  enfrentar seus maiores medos que são os seus próprios defeitos,
Uma animação que ensina que o coração e o amor  são a arma vital para acabar com a guerra e transformar as pessoas, Sophie e Howl aprendem com o amor que sentem pelo outro a sí amar e a ter motivos para lutar.
E é com essa mensagem que Miyazaki nos mostra como a guerra pode ser vencida com o amor. Vivendo no período de guerra no japão, este assunto sempre tem um grande valor para o diretor.

Outro ponto de grande valor para o diretor é a técnica de animação, em uma época de animações gráficas e 3D ele continua com o clássico 2D, desenhando seus trabalhos e surpreendendo o mundo com suas obras, levando Castelo Animado à indicação do Oscar.

Critica Da Colina Kokuriko


Natascha Winter, 21 Anos, Cineasta.

A animação Kokuriko-zaka Kara (Da Colina Kokuriko) é dirigido por Gorõ Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki, o fundador do estúdio Ghibli e escrita pelo próprio Hayao e Keiko Niwa que participou de outros roteiros do estúdio como O Mundo dos Pequeninos (2010) e As Lembranças de Marnie (2014). O filme foi nomeado Animação do Ano na 35ª edição do Japão. A história é baseada no manga de Chizuru Takahashi e Tetsuro Sayama. Ela narra uma história que se passa no início da década de 60, Umi Matsuzaki, uma garota que mora com a avó e mais cinco pessoas incluindo seus irmãos mais novos. Perdeu o pai, capitão de navio na guerra contra a Coréia, e a mãe, professora, está sempre fora viajando para o exterior.
Os primeiros três minutos da animação seguidos pela maravilhosa trilha de Satoshi Takebe, dá o ar calmo e a graciosidade da protagonista para o filme durante todo o tempo que é tocada, declara tudo que será abordado durante a animação, a família de Umi, as pessoas tão diversas que moram com ela e a avó, os companheiros de seu colégio e a importância que a própria garota tem dentro da casa, cozinhando para todos e certificando-se que tudo se mantenha em ordem.
Seu caminho é cruzado com Shun Kazama quando ele e os outros garotos do colégio estão protestando contra a demolição do prédio de clubes. Umi e Shun se juntam para trabalhar a favor do prédio histórico e convencer o corpo estudantil de que devem desistir em derrubá-lo. Enquanto lutam na escola pelo amado prédio em que os clubes se localizam, eles encontram duvidas e histórias mal explicadas sobre o passado dos dois que os unem e os separam ao mesmo tempo.

A primeira vez que vi Da Colina Kokuriko logo percebi que aquela não era uma obra de Hayao Miyazaki. Seu tom fantástico e de um mundo desconhecido não pairava sobre a animação, como o faz em muitas outras do estúdio Ghibli. Porém isso não a torna uma animação ruim, e sim uma inovação que sai dos padrões Ghibli, e assim como As Lembranças de Marnie, o Cemitério de Vagalumes e muitas outras obras de Hayao te faz pensar sobre coisas que não é acostumado no dia a dia. Seus temas são tão diversificados, bem tratados e muito bem aceitos pela própria obra que te tira do padrão para poder pensar no que foi mostrado no longa metragem. E essa é a melhor arma do estúdio Ghibli, é o maior motivo para assistirmos, ser surpreendido e nos apaixonar sempre por suas animações, de novo, e de novo. E de novo.