Natascha
Winter, 21 Anos, Cineasta.
O Tumulo dos Vagalumes, de 1988, foi a razão para
que eu parasse de ver filme às escuras, sem sinopse, sem trailer e sem nenhuma
dica do que se tratava o filme, que não o próprio nome. E com isso o filme foi
capaz de me surpreender de todas as maneiras. Dirigido por Isao Takahata a
animação é inspirada no livro de semi autobiografia de Akiyuki Nosaka. A
história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e conta sobre dois irmãos
que perderam a mãe em um ataque aéreo e o pai, marinheiro, com o paradeiro
desconhecido. Seita precisa cuidar de sua irmã mais nova, Setsuko e sobreviver à
pobreza de um país em guerra.
O fato de que Hollywood adora fazer filmes de guerra
não é nenhuma novidade. Mas é um assunto pouco abordado quando estamos falando
de animação, mesmo que não seja meu estilo favorito de filmes, este em especial
me tocou. Não apenas por abordar a guerra com outros olhos, sem aqueles grandes
tiroteios, heróis de uma nação ou com discussões políticas. Ele mostra o lado
de um povo inocente que não escolheu estar ali, eles sofrem as consequências da
falta de comida, água potável, seus lares sendo destruídos por bombas e seu
constante medo de nunca mais ver seus parentes.
São pelas imagens pesadas e apelo sentimental de um
homem que passou por isso (Akiyuki Nosaka) e escreveu sobre isso que a animação
é tão conhecida. Sendo como a animação mais triste, ou como melhor animação de
guerra, não é um filme fácil de assistir. E mesmo depois que o filme acabou eu
decidi nunca mais citá-lo ou ousar assisti-lo de novo, mas eu o fiz. Após
absorvê-lo e aceitar suas cenas fortes eu entendi que todo mundo deve passar
por O Tumulo dos Vagalumes. É um filme que definitivamente vai marcar sua
vida, fará você ver a guerra por outro ângulo, entender como a população é
afetada e como o ser humano pode ser egoísta em certas situações.
Esse filme sem dúvidas te fará sentir raiva,
angustia, tristeza e além de tudo, será capaz de te fazer sorrir em meio a
tantos acontecimentos.
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